Pesquisar no site

Contato

Giardia - Sabendo & Aprendendo

cabecao0507@hotmail.com

O que é a Giardia?

            É um microrganismo flagelado que parasita o intestino delgado de mamíferos sendo o primeiro protozoário intestinal detectado em humanos. Esse parasita pode ser encontrado em duas formas, cisto ou trofozoíto, sendo a forma resistente e a forma ativa do protozoário, respectivamente.

            O cisto é oval ou elipsóide. É revestido por uma delicada membrana destacada do citoplasma. No seu interior encontram-se dois ou quatro núcleos, um número variável de fibrilas e os corpos escuros com forma de meia-lua e situados no polo oposto aos núcleos. É o responsável pela contaminação do ambiente e pela disseminação da doença, e, por ser muito resistente, pode sobreviver por vários meses em ambientes úmidos e frios.                

            Já o trofozoíto tem formato de pera, com face dorsal lisa e convexa, enquanto a face ventral é côncava, apresentando uma estrutura semelhante a uma ventosa, conhecida por disco ventral. Abaixo do disco, é observada a presença de uma ou duas formações paralelas, em forma de vírgula, conhecidas como corpos medianos. No interior e localizados na sua parte frontal, são encontrados dois núcleos. O trofozoíto possui ainda quatro pares de flagelos  ou corpos basais situados nos pólos anteriores dos dois núcleos, sendo: um par de flagelos anteriores, um par de flagelos ventrais, um par de tlagelos posteriores e um par de flagelos caudais. É extremamente sensível, durando poucas horas fora do hospedeiro.

            Ao ingerir o cisto, ocorre o seu desencistamento no estômago, por causa do meio ácido, originando os trofozoítos. Esse processo é completado no intestino delgado onde ocorre a colonização pelos trofozoítos que multiplicam-se por mitose. Também pode ser chamada de Giardia lamblia ou G.intestinalis.

 

Referências

 

PEREIRA NEVES, David. Parasitologia Humana. 11ª edição, Atheneu, 2005.

MORAES RG, GOULART EG, LEITE IC. Parasitologia e micologia humana. 4th edição. Cultura Médica, Rio de Janeiro, 2000.

OLIVEIRA.S. et al., Veterinary Parasitology, v.103, n.1, p.19-27,2002.

__________________________________________________________________________________________________________________________________

Onde a giardia se aloja em nosso corpo e qual o agravo desse parasitismo?

            Este parasita coloniza a parede do intestino delgado humano, onde absorvem os nutrientes e alteram a arquitetura fisiológica do intestino, levando a uma perda significativa na absorção de nutrientes pelo hospedeiro. Isso ocorre pois pacientes infectados mostram problemas na atividade das enzimas digestivas (amilase, protease, lipase, dissacaridase), causando uma perda generalizada da superfície de absorção, comprometendo absorção de glicose, eletrólitos e água. Isso causa uma intensa diarréia. Há casos tão graves que o paciente logo evolui para uma desnutrição crônica. O intestino colonizado com a giardia, com frequência está cheio de muco e líquido, pois ela pode provocar vários graus de dano à mucosa da parede. Causa a giardiase. A giardíase, também conhecida por lambliose, é uma infecção intestinal. Causa diarreia intensa com odor fétidograças às toxinas que libera, e tem como hospedeiros cães, gatos, gado, roedores, ser humano, dentre outros. 

        Estudos também descobriram que a giardíase causa um aumento na absorção de macromoléculas do intestino, associado com hiperplasia de células adiposas neste órgão e no tecido cutâneo. Essa descoberta pode explicar a observação da associação da infecção por este parasito com urticária e prurido, e até mesmo com sensibilização para antígenos alimentares.

        Ocorre em todo o mundo, mas é mais frequente em regiões onde as condições sanitárias e de higiene são precárias, pois, a forma de transmissão do protozoário é a partir da ingestão de alimentos ou água contaminados com os cistos da giardia, que saem nas fezes de infectados. Então, cabe a você se prevenir evitando a ingestão de água e alimentos contaminados, tratar ambientes onde se crie animais para alimentação, encanar e tratar esgotos e tratar pessoas e animais infectados. Além de tomar muito cuidado com banheiros públicos, pois pessoas infectadas podem os ter utilizado e, sem tomar as devidas             precauções de higiene, pode se infectar com cistos que, porventura, estejam no sanitário. Por isso, a higiene sempre é bem vinda!

Referências

HANEVIK K, DIZDARr V, LANGELAND N, HAUSKEN T. Development of functional gastrointestinal disorders after Giardia lamblia infection. BMC Gastroenterol. 2009; 9:27.

KATELARIS PH, FARTHING, MJ. Diarrhoea and malabsorption in giardiasis: a multifactorial process. Gut 1992; 33: 295-7.

BENENSON, AS. El Control de las enfermidades transmisibles en el hombre. 15º ed. Washington, DC: Informe oficial de la Asociación Estadounidense de Salud Pública,1992: 652 257-260.

BURET,A.et al. Pathophisiology of small intestinal malabsortion with Giardia lambliaGastroenterology, v.103, p.506-513,1992.

DESELLIERS, L.B .et al. The effects of intestinal motility. Disease and Sciences, v.42, p.2411-2419, 1997.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

Como posso impedir a contaminação do protozoário?

 

           A contaminação pela Giardia lamblia acontece pela ingestão dos cistos deste protozoário. Porém, estes cistos se encontram nas fezes das pessoas ou animais infectados. Então, a infecção ocorre simplesmente pela falta de higiene e cuidados básicos de pessoas que, infelizmente, ainda não entendem o quanto esses atos são importantes. A sorte é que, com algumas mudanças, esse contágio pode ser evitado:

  • Impedir a contaminação fecal da água e alimentos por meio de medidas de saneamento, educação em saúde, destino adequado das fezes e controle dos indivíduos que manipulam alimentos.
  • Lavar as mãos, após o uso do sanitário.
  • Lavar cuidadosamente os vegetais com água potável, e deixando-os imersos em hipoclorito de sódio a 2,5% (uma colher de sopa de hipoclorito em 1 litro de água filtrada), durante meia hora, para eliminar os cistos.
  • Manter a higienização dos sanitários públicos e da sua casa.
  • Coletar as fezes de animais domésticos, ainda mais se há mais de dois em casa.
  • Evitar práticas sexuais que favoreçam o contato fecal-oral.
  • Investigar os contatos e a fonte de infecção, ou seja, realizar exame coproscópico dos membros do grupo familiar e de outros contatos.
  • Realizar a fiscalização dos prestadores de serviços na área de alimentos, atividade a cargo da vigilância sanitária.

            Com essas medidas, o risco de infecção por esse parasita é diminuído drasticamente. E, com maior higiene, evita-se essa e outras doenças.               

                   

Referências

 

AMATO-NETO, V. ; AMATO, V. S. ; GRYSCHEK, R. C. ; TUON FF . Parasitologia - Uma abordagem clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 400 p.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

 

Você sabia que...

...a giardia é um dos enteroparasitos mais freqüentemente observados nos exames parasitológicos devido à facilidade com que os cistos são acidentalmente ingeridos com a água e alimentos contaminados com fezes? 

...a infecção por giardia é cosmopolita, ocorrendo em áreas desenvolvidas e em desenvolvimento?

...os índices de prevalência variam de 2% nos países desenvolvidos até 30% nos países em desenvolvimento?

... segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que haja 200 milhões de pessoas com giardíase sintomática no mundo e 500 mil novos casos registrados anualmente em populações residentes na Ásia, África e América Latina?

...nos países desenvolvidos, a giardia é o principal parasito encontrado na população? E que nessas áreas, a infecção por Giardia é a causa mais freqüente de surtos epidêmicos de diarréia associados à água para consumo?

...as maiores prevalências têm sido observadas entre crianças mantidas em creches, pois, nesses locais, as crianças são expostas à infecção em uma idade em que ainda não adquiriram hábitos de higiene pessoal, podendo transmitir o parasito aos seus familiares, às outras crianças ou às pessoas que trabalham nesses estabelecimentos, além de contaminarem o ambiente?

...é um dos principais micro-organismos associados com surtos de gastrenterites de veiculação hídrica?

Referências

AMATO-NETO, V. ; AMATO, V. S. ; GRYSCHEK, R. C. ; TUON FF . Parasitologia - Uma abordagem clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 400 p

___________________________________________________________________________________________________________________________________

S.O.S bicho de estimação

Sabia que seu bichinho também corre riscos com esse parasita?

 

            A Giardia lamblia, parasita de intestinos humanos, pode também parasitar seu bichinho de estimação. Muito frequente em cães e gatos o protozoário acomete mais comumente animais jovens, sem resistência imunológica e que convivem em grupos. A contaminação ocorre pela mesma via dos humanos, pela ingestão de água ou alimentos enfectados com os cistos da giardia. Porém, como animais não tem muitos hábitos de higiene, o contágio é muito mais frequente.

            Os mais parasitados são os cães, onde o parasita pode ser encontrado em até 100% dos cães. Por outro lado, em gatos a prevalência é menor, variando de 1,4 a 11%. Apesar da alta prevalência, nem todos os animais manifestam a doença, alguns apresentam a forma assintomática. Por isso, vale estar sempre de olho no seu amigo, pois, se ele estiver infectado e você não tomar as devidas precauções, o quadro do animal poderá se agravar.

            Cuide e mantenha sempre higienizado o local onde ele vive, principalmente se você tiver mais de dois animais em casa, pois esse parasita também se transmite de forma direta. Observe manifestações clínicas, como diarreia e fezes líquidas, podem ser sinais de que seu amigo não está bem. E lembre-se, quanto mais cedo descobrir, melhor!

 

Referêcias

BEST CONSULTING. Giardia. Disponível em:<https://www.bestconsulting.com/veterinaria/giardia/giardia.htm>. On line. Acesso em 19 abr. 2012.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

  Como tratar o animal de estimação infectado por Giardia lamblia?

            Existem várias drogas que já foram testadas para  tratamento da giardíase, e entre elas estão o Metronidazol, a Quinacrina, o Albendazol, o Fenbendazol e a Furazolidona. Dentre eles, a rimeira é a mais utilizada nos EUA para o tratamento da giardíase. Ele possui, além da sua atividade como antiprotozoário, uma atividade como antibacteriano. A droga apresenta in vitro propriedades antiinflamatórias e afeta a motilidade de neutrófilos, assim como alguns aspectos da imunidade celular. Acredita-se que esses fatos sejam parcialmente responsáveis pela melhora do uqadro clínico da doença.

            Raramente observa-se efeitos colaterais devido ao uso de Metronidazol, no entanto alguns animais poderão apresentar vômitos e diarréia. Por possuir efeito teratogênico, esta droga não deve ser utilizado em fêmeas prenhes.

            Como a diarréia pode ser causada por infecções simultâneas por diferentes agentes enteropatogênicos, torna-se interessante a associação de drogas ampliando o espectro de ação, como o uso do Metronidazol com Sulfadimetoxina, que age contra outros protozoários e bactérias patogênicas que porventura possam estar colonizando o intestino juntamente com a giardia. 

            Em cães, as doses são administradas duas vezes ao dia, 25mg/Kg via oral durante cinco dias. Já em gatos, pode-se administrar, pelo mesmo período de tempo, 12,5 a 25 mg/Kg via oral, duas vezes ao dia. Hhumanos também tratam a giardíase com os mesmos medicamentos. 

 

Referências

BARR, S.C.; BOWMAN, D.D. Giardiasis in Dogs and Cats. Compend. Contin. Educ. Pract. Vet., 16(5): 603-14. 
DUBEY, J.P. Intestinal protozoa Infections. Small Animal Practice, 23(1): 37-55, 1993. 
FERREIRA, A.J.P; DELL´PORTO, A. Agentes antiprotozoários, In: SPINOSA, H.S; GÓRNIAK, S.L.; BERNADI, M.M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária, Guanabara Koogan, 2a ed: 467-79, 1999. ___________________________________________________________________________________________________________________________________

Giárdia, como tratar?

            A giardíase causa mal estar e intensa diarreia, sendo um problema mundial. Todos sabemos disso. Mas o que muitos se perguntam é se tem tratamento ou não. Temos uma boa notícia: tem tratamento.

            O tratamento da giardíase é feito com os derivados nitroimidazólicos - metronidazol ou tinidazol – que têm eficácia elevada. O metronidazol é feito na dose de 15-20 mg/kg/dia, duas vezes ao dia, por sete ou dez dias consecutivos. O tinidazol tem a vantagem de ser usado em dose única (50mg/kg), mas seus efeitos colaterais são mais intensos.

            O albendazol também tem sido usado atualmente; a dose de 400 mg/dia, três ou cinco dias consecutivos, tem eficácia melhor (81 a 95%) do que as doses únicas de 400, 600 ou 800mg; ele é comparável ao metronidazol (97 a 100%).

            Todos esses medicamentos combatem os trofozoítos e os cistos, impedindo a doença e a contaminação de outras pessoas. Com isso, conseguimos impedir a disseminação da doença e a cura do paciente.

            Viu? Não há motivo para continuar com esse ‘bichinho’ no seu corpo, o tratamento é simples, fácil e apresenta uma ótima eficácia, permitindo a você se curar e retornar a sua saúde.

 

Referências

PEREIRA NEVES, David. Parasitologia Humana. 11ª edição, Atheneu, 2005.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

Qual é o ciclo de vida da giardia?

            Esse parasito apresenta ciclo monoxeno, ou seja, direto, não precisando de vetores ou hospedeiros intermediários. A infecção ocorre por via oral pela ingestão de água e alimentos contaminados com cistos. No estômago, o meio ácido inicia o desencistamento que é completado no intestino delgado onde ocorre a colonização pelos trofozoítos, multiplicando-se por mitose, à luz do intestino, onde ficam livres ou aderidos à mucosa intestinal pelas ventosas, realizando assim um mecanismo de sucção de nutrientes. O ciclo se completa no ceco, onde ocorre o encistamento do parasito, que será eliminado com as fezes para o meio exterior.

            

 

Referências

PEREIRA NEVES, David. Parasitologia Humana. 11ª edição, Atheneu, 2005.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

 

Sintomatologia da Giardíase

    A giardíase apresenta um espectro clínico muito variado. Indivíduos infectados podem ser assintomáticos ou apresentar quadros de diarreia aguda, ou persistente. A doença é multifatorial e sua variabilidade está associada a aspectos do parasito (a cepa e a quantidade de cistos ingeridos), e a aspectos do hospedeiro (sua resposta imune, seu estado nutricional, o pH do suco gástrico e sua associação com a mucosa intestinal).

    A forma aguda da doença é caracterizada por diarreia aquosa, explosiva, de odor fétido, seguida de gases e dores abdominais. Em casos raros pode haver sangue e muco nas fezes. Essa forma dura poucos dias e é auto limitante.

    A forma crônica da doença é caracterizada por diarreia persistente, acompanhada por problemas de má-absorção de lipídios e nutrientes essenciais, como: vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K), vitamina B12, ferro, xilose e lactose. Consequentemente o indivíduo apresenta perda de peso. Essas deficiência nutricional pode causar sérios danos, principalmente, em crianças.

 

 

Referências

PEREIRA NEVES, David. Parasitologia Humana. 11ª edição, Atheneu, 2005.

___________________________________________________________________________________________________________________________________